De acordo com as projeções do Banco de Portugal, a economia portuguesa deverá crescer 2,3% em 2025, com uma desaceleração gradual para 2,1% em 2026 e 1,7% em 2027. Ainda assim, esse desempenho continuará acima da média da área do euro. O ritmo de crescimento será impulsionado, principalmente em 2025 e 2026, por condições financeiras mais favoráveis, maior demanda externa e uma execução mais intensa dos fundos europeus. Já em 2027, o fim do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverá justificar o menor dinamismo.
A inflação deve cair para 2,3% em 2025 e estabilizar em 2% nos dois anos seguintes, refletindo um controle maior sobre os preços dos serviços. Ao longo de 2025, no entanto, os índices deverão apresentar alguma volatilidade, variando entre 1,9% e 2,6% ao trimestre.
Espera-se que a economia portuguesa retome um padrão de crescimento mais sustentado em investimentos e exportações, ao contrário de 2024, quando o consumo privado foi o principal motor da expansão. O comportamento do consumo deve acompanhar a evolução da renda, mantendo-se a taxa de poupança em níveis elevados. Após um crescimento expressivo da renda real disponível em 2024 (7,8%), projeta-se uma desaceleração gradual até 2027, impactando diretamente o consumo das famílias. A previsão é de crescimento de 2,8% no consumo privado em 2025, após 3,2% em 2024, e de 1,8% nos dois anos seguintes.
O investimento deverá ganhar força em 2025 e 2026, beneficiando-se de melhores condições de financiamento, aumento da demanda e do fluxo de recursos europeus. Para 2027, a expectativa é de estabilidade, em decorrência do encerramento do PRR.
As exportações devem crescer a uma média de 2,9% entre 2025 e 2027, ritmo inferior ao observado nos últimos anos. Isso se dará num cenário de recuperação da demanda externa, porém com menor dinamismo no setor de serviços e ganhos de participação de mercado mais modestos. Com a entrada de fundos europeus, a capacidade de financiamento da economia deverá alcançar níveis historicamente elevados.
No mercado de trabalho, a taxa de desemprego deverá manter-se estável em 6,4%, enquanto o emprego continuará a crescer, mas em ritmo cada vez mais moderado, o mesmo acontecendo com os salários.
O Banco de Portugal chama a atenção para riscos relevantes que podem impactar essas projeções. Além dos conflitos em curso na Ucrânia e no Oriente Médio, destaca-se a nova orientação geopolítica e comercial dos Estados Unidos. Por outro lado, uma aceleração do processo de reformas na Europa pode estimular a atividade econômica por meio do aumento da confiança nos mercados.
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